domingo, 9 de agosto de 2015

Comentários sobre Interstellar (2014) de Cristopher Nolan

Essa foi a minha primeira experiência com um filme do Cristopher Nolan após um bombardeio de críticas que eu ouvi sobre o método extremamente explicativo do diretor. Nunca parei para analisar a existência de personagens chaves que em determinado momento dos longas surgiriam com diálogos entre outros personagens explicando determinado contexto, acontecimento ou narrativa que Nolan não conseguiu transmitir através da imagem.

Essa é uma crítica válida. Li, recentemente, em um livro sobre cinema e educação que se é pra contar uma história através da fala (diálogos e narração) não é necessário o cinema. Uma conversa daria conta disso. Escrever um livro daria conta disso. O cinema é uma arte que tem sua própria linguagem. Saber usar esse instrumento sem apelar a escolhas óbvias e fáceis é uma das grandes qualidades de um diretor.
 
Matthew McConaughey é um ótimo ator. Incrivel como, até o ano passado, eu nunca tinha ouvido falar dele e do nada surge "True Detective", "O Lobo de Wall Street" e "Clube de Compras Dallas"

Os efeitos visuais são muito bons, me lembrou bastante "Gravidade" e "2001: Uma Odisséia no Espaço". Outra semelhança entre Interstellar com esses filmes são as questões filosóficas sobre a pequenez humana, tão comum em filmes de viagens no espaço

Muitas expectativas para os seus próximos papéis, cara!
Porém em Interstellar, último filme lançado de Nolan e o primeiro após o fim da trilogia Batman, esses elementos não me incomodaram. Acredito que até me ajudaram, de uma forma bem pobre, a me inserir dentro de um assunto que tenho pouco conhecimento. A explicação de um dos astronautas mais as passagens da tripulação pelo “buraco de minhoca” me ajudaram a entender o que é aquele fenômeno.

Mas o que realmente me incomodou em Interstellar é o final ambíguo que o diretor repetiu em mais um filme. Não sei se o Nolan acredita que isso pode transformar em uma marca registrada das suas obras ou que isso torne a sua filmografia em cinema de autor. Deve ser isso. Porém, esse recurso não traz nada que caracterize uma marca de artista, pode até render a ideia de que, não sabendo resolver seus roteiros, apela para o subjetivo deixando para o telespectador a responsabilidade de terminar a história.