quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Funk é o novo Punk?

Não sei se isso é juventude ou é eterno. Essa inquietação, transformação e medo. Por vezes quero que termine, por outras que nunca acabe. Em boa parte da minha vida poucas coisas entendi, em outras sou leigo e de tantas prefiro o erro e, em consequência, a mudança. Porque ela é sempre bem vinda! Hoje, na minha verdade, a coisa ainda permanece preta, Chico! O Sistema continua falido, mas o prisma sempre bate em alguém e esse alguém se expande. A formação ainda está em pé e contracultura ainda vive por mais que tenha mudado de posição.

O consumo dita o valor de cada individuo (Não é verdade absoluta é senso comum). A propaganda espalha aos quatro ventos os modelos de homem, mulher, criança, adolescente e idoso perfeito. Modelo atrelado a um bem de consumo, consumindo coisas que não precisamos e sacrificamos a vida para tê-las. As pessoas se padronizam e isso é o capital. E os grupos do século XX que bateram de frente com todo o sistema se reconfiguraram. A esquerda se reorganizam junto com os neo anarquistas, punks e hippies. O que permanece é um outro modelo de vida, alternativo ao imposto.

Mas há também quem mudou, não pelos antigos, mas pelo novo. Os velhos deram seus importantes passos, o que precisava era de mais pessoas para alongá-los, mesmo que contrariando os que começaram, mas eles acabaram recuando. Será que o recuo é algo natural do ser humano? O rock acabou?

O que faz aquilo que sempre foi sinônimo de progresso ocupar o lugar que antes lhe reprimia? Se o rock chocava pelas suas roupas, pela sua linguagem corporal, comportamento e pelo som; se lutou pela liberdade sexual, individual e coletiva, o que faz uma geração querer ser elite (intelectual ou financeira), pregar a boa música, julgar pela "moral" e os bons "costumes"? Seria uma inversão dos papéis? Seria conservador ou progressista pedi que esse caráter permaneça intacto? O Funk é o novo punk? Mas a ostentação não é contrário do punk? Deixa pra lá, eu devo tá viajando. Enquanto eu falo besteira, nego vai se matando!



Comentário de autor desconhecido no facebook, nada de citação com credibilidade:
Quando um grupo de pessoas não trata o sexo como tabu, além de ter orgulho do próprio corpo e se divertir com ele, aparece a classe média para chamar esse grupo de vulgar. Para a maior parte da classe média, "vulgar" é tudo aquilo que seja: ou cultura popular e afrobrasileira ou comportamento sexualmente livre, porém exacerbado, sobretudo se relativo à sexualidade feminina... É essa classe média que tenta impor sua visão moralista, historicamente baseada no cristianismo e assimilada mesmo entre os não-cristãos dessa classe, sobre sexo e sobre sexualidade... Não percebem que apenas estão fazendo tudo o que o capitalismo sempre quis: tirar a liberdade das pessoas (sobretudo mulheres) sobre o próprio corpo. Por mim, as adolescentes que se divirtam!

Um comentário:

Hilza de Oliveira disse...

Faz muito sentido! Se o rock foi no passado (mais vigorosamente) um instrumento de guerra à repressão das liberdades - sexual, religiosa, feminina, etc. -, mas que hoje se molda às exigências da indústria... O funk, por sua vez, por mais banal que aparente, não esconde nada: defende o sexo, o prazer isento de pecado. O funk tem demonstrado mais explicitamente a rejeição aos padrões do que o próprio rock do cenário nacional.